Corpo solto

Andando

Pés, vestido azul

O frio envolvendo

O corpo gritando

Transformação que chega

e pronto

As cores do céu brincam

adormecendo

no canto das estrelas

O tempo no tempo

Meu corpo a passar

Rasgando o peito

Respiro o começo

No aconchego das árvores

Entre folhas secas

Olha ali um vaga lume

Luz, luz

No olhar

Traduzindo o silêncio

Rachando o amanhã

No rio desaguando no ar.

Isolda Cavalcanti

Fluindo, corpo

Giuseppe Dangelico

Continuo a correr em mim

sentimentos, desejos

sem prisões nas vontades

Voar na liberdade,

do corpo, da mente

viver

Na vida misturar

saboreando o tempo

O calor, o frio

Percorrer no mistério

Meu mistério intimo

de energia brilhantes

vida em mim, no universo

de luzes rasgando o céu

De estrelas que cantam a noite

Guiando a calmaria

Ate os olhos do interior

Libertando junto ao vento

A fluidez do tempo

Isolda Cavalcanti

Felicidade

 

A felicidade surge no aroma das flores que o vento traz

Pela harmonia sonora dos pingos de chuva
Na luz do sol, que brilha sobre a pela dourada
Onde o balanço doce das plantas cintilantes
Nos envolve na dança do tempo Kairos

Felicidade vem no relaxar do corpo na grama
Meditando a observar estrelas, compartilhando energias.
Pelos brilhantes olhos curiosos de sabias crianças
Na ligação profunda a pachamama

Vem no contato dos pés na terra
Pelos sorrisos sinceros de amigos, irmãos
A felicidade cresce na luminosidade da lua
pela unificação de corpo e mente
Felicidade esta no mistério da vida
na expansão da visão,

no amanhecer dos dias.

Isolda Cavalcanti

Viver hoje

Respiração das plantas

no interior da mata
que a cada brisa
busca o perfume da flor,
vida.

E lá um andarilho,
com olhar de nuvens
de árvores
de sol
Cheios de liberdade

O toque da pele
É mais forte
que o ver
ouvir
cheirar,
Traz o calor
na raiz dos beijos
A cada manhã a desabrochar

Voando pelos caminhos
Com pés soltos
Dançando unido
ao vento,
fluindo no hoje
nascendo.

Isolda Cavalcanti

Voou na terra

A terra que enraízo os pés

Onde encontro a profundeza da minha essência

me leva pelo vento

Ao circulo prateado, flutuante do céu

Lá no alto brilho junto às estrelas

e volto a terra nas gotas de chuva

derramando em mim com ternura

Sabedorias da mata escura

No canto das cigarras a noite dança

onde vaga-lumes a luzir crescem em mim

Rasgando o tempo pelo corpo

serpeando na grama molhada

Voei dentro da águia, nos olhos

Na harmonia da flauta

Corri, dancei e nasci

Em mandalas brilhantes

Girando, girando, girando

Isolda Cavancanti