domingo, 30 de novembro de 2014

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Esperando o balanço das verdes folhas
tudo esta distante,
pensamentos surgem pela janela
movem meus cabelos
o dia ainda cresce no horizonte
desejo abrir a porta
caminhar sem destino
e continuar continuar

Agora pode estar pesado
mas sei sorrir.
O quarto parece menor 
manhã que ainda vem
meu cabelo se move
a porta ainda fechada
me prendo aqui...
Meus amigos sorriem
isso prende e liberta
é como a atração do ímã
então o dia pode vim pesado,
sei sorrir.
Me falaram que tudo se transforma
sei dessa força,
Atravesso a janela
o sol sorri
o dia amanheceu.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

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A noite voou 
dancei com teus olhos
dancei dancei
Sim, estou sentindo o vento
consigo ver o sorriso
tudo parou
Sim, estou flutuando
não sinto meus pés
e isso não passa
dentro e fora

Energias circulam
fico deitada no mar
seu movimento em mim
preciso disso
gosto de flutuar
dentro e fora
no mesmo lugar,
e isso não passa
me sinto bem, querido.

Mais um pedaço

A vida segue seu curso natural e tudo continua, as estrelas as nuvens o sol a lua, tudo em harmonia. A dança cósmica acontece o espaço brilha e em mim carrego a magia de quando criança, tudo e todos que existiram ate hoje queimam vivos em mim, como queimarei em todos que viram a existir. A vida é infinita por isso a morte não me causa pavor, eu a compreendo.
Assim como as flores nascem, florescem e secam... Como os vegetais que nascem, amadurecem e apodrecem... Também sou orgânica, nasci, floresço a cada dia , também seco. A matéria um dia ira se esvair, mas minhas partículas de energia se propagaram e permanecerei viva na totalidade. Consigo descobrir a vida e voar abrindo as cortinas.

...

Vamos correr pelados
a noite se aproxima
e o fogo queima.
Precisamos escolher onde ir
olhar com olhos de coruja
que corta o céu da escuridão
Podemos subir montanhas
escutar nossos corpos em chamas
Me acompanha nessa viagem?
Existe uma estrela que brilha
está no seu olhar, isso é real.

Sonhos da bebida

Olhos secos, fodidos
Tudo desaba...
A noite arranca minhas mãos
o gosto da cachaça corta a língua

Jogada na calçada
que guarda segredos sujos e puros
andando de um lado a outro 
sem parada sem rumo
Mais um gole, mais um
Momentos são formas do tempo fotografado
Como palavras ditas numa foda... 
ah...momento.
Minha boca, 
minha nuca, 
minhas pernas
Vazias e cruas.
Preciso de mais um ultimo gole

terça-feira, 20 de maio de 2014

Cigana cor

Minha vista  cansada de dias opacos
Corre em direção as cores 
de um dia arremessado
pela dimensão que flutue meus pés. 
Ao ar do Recife Antigo
tardes largas finas nuvens
saboreadas em saias balançadas
no frescor dos passos mansos
ao encontro da cigana que
me dança nos sonhos
e me beija segredos expostos
mesclando flores ao sol.



Libélula

Cores se moldam
na idade que passa
em histórias que crescem
como dias quentes
e noites brandas.
Folha que cai no rio prateado,
uma libélula que voa

e lá repousa a vida

de direções inconstantes
na folha seca  

levada sem caminho

nessas manhãs quentes

Libélula que vai
fluída no sopro de um lenço
pelo tempo da vida

sem pesar a despedida.


Saborear


Parte do que vejo

Aos primos e primas,

Recordo subitamente de quando escalava
as mangueiras na casa de minha avó
onde o verde era farto
e a meninada corria descalça

Quando acontecia da chuva visitar
aquele cheiro de terra molhada se alastrava
mas a brincadeira não findava
era gritaria, risada, chororô
lá o amor reinava

todo mundo se banhava juntinho
ao ar do pé de azeitona roxa
com chuveiro do tamanho do universo.

A rede era o parque de diversão
as vezes acontecia de alguém sair voando
logo caia de testa no chão
e o mais esperto ia correndo pegar a almofada
pra abafar o choro e ninguém levar carão
ah... corridas no carro de mão não faltava
Nem o velho balanço feito de madeira e corda
no imenso pé de jaca.

Todo domingo tinha folia
nas terras dos meus avós.

No tempo de são João
a fogueira tentava encostar o céu
já os jarros de barro se iam em pedaços
naquelas experiências com fogos de artifícios.

Comida com carinho de avó
salgadinhos e docinhos escondidos
que nem se precisava
a gente tudo achava

Primos, tios, gatos, cachorros, passarinhos
tinha de tudo nessa terra fértil
onde o sonho era acordado
e o mundo era mágico.
 

Desconectar

A vida começa a desconstruir-me
arranca a respiração
É como se não existisse ar
nada além do vazio 
Toda filosofia se desencontra
a mente se dissolve
Já não existe onde por os pés
Estou deitada no mar.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Dia bom



Folheando estrela da vida inteira
Manuel Bandeira
procurei poesia pra te enviar
não achei nada, nada achei
que satisfizesse
então achei melhor imaginar

Manha serenando
despertada por galos
os olhos espreguiçando
no sorriso do sonhos
que a noite deixou

braços, mãos, pernas
dedos dos pés
dando bom dia
ah, como é delicioso
abraçar o mundo inteirinho

Divina noite, divino dia
divina formiga...

Acordei feliz
e mando pela brisa
um beijo da mesma alegria.